Desde que existem crianças, existem grupos de crianças, formais ou informais. As crianças vivem em grupo, dependem do grupo familiar, aprendem na escola em grupo e de modo geral, quando as coisas andam bem, brincam preferencialmente em grupo. O grupo potencializa a linguagem lúdica e a multiexpressividade interativa própria da infância.

O grupo é também um espaço privilegiado para lidarmos com os adolescentes - nem mais crianças, nem tão crescidos – já não brincam como antes, mas também não falam tão facilmente sobre si. A partir de jogos de identificações e da intersubjetividade grupal, o adolescente vai se inserindo na interlocução com os seus pares e assim vai se dando conta dos seus conflitos, das suas questões sintomáticas e dos seus posicionamentos recorrentes, interrogando-se a respeito de si mesmo e daqueles que o cercam.

O grupo é um espaço de permanente produção psíquica que, por um lado é acolhedor e continente, lugar de projeção e expressão, favorecendo a cooperação e empatia e, por outro lado, ensina a lidar com dificuldades em assuntos de agressividade, competição, oposição e inveja.

No mundo contemporâneo, tão veloz e virtual, estar entre outros em um grupo terapêutico possibilita o encontro com as diferenças e com as afinidades, com a construção de narrativas próprias e de novos laços sociais.

Por tudo isso, o trabalho em grupo promove a elaboração de conflitos, o reconhecimento de limites, a construção de projetos e a autoria de um saber sobre si e sobre o outro.